nós andávamos pelas mesmas tavernas imundas há semanas. ele me gritava de pouco em pouco, seu cão leproso do inferno, ainda permaneces a registrar minhas gabolices no tal de blog (eu às vezes desconfiava que o capitão tinha alguma parte com o tal capitão rodrigo, do veríssimo, pelo sotaque e ainda uma tanto do tal capitão nascimento, esse homem sem alma). mas não. ele era único, feio, maltratado e fedorento.
certo dia entrou no porão escuro um tipo muito estranho, totalmente careca e magro. parou, olhou em volta e gritou:
- ruindomar lepracerta, os lobos do poder ainda não estraçalharam teus ossos?
um silêncio gorduroso escorria pelas paredes:
- bonvivan do bulevard, casca de ferida social, que fazes nessa ilha?
e se puseram a contar vantagens de suas vidas inúteis e imbecis.
lembraram de certa feita, quando um soldado do fogo abandonou a família, consumido pela idéia de estar com algumas pedras, pediu guarida ao capitão e em menos de 15 dias foi flagrado comendo uma travesti e uma epilética...
mas era um travesti epilético apaixonado por um ex-bombeiro?
não, não era. mas o cara não deixava barato. e eles todos boquiabertos se perguntavam: agora é um orgasmo? a perninha ainda tremendo. acho que foi um ataque. a vida é dura companheirada. a vida é dura.